RESUMO
O agronegócio atualmente é um importante modelo econômico respaldado pelo Estado brasileiro, porém carrega consigo contrapontos importantes que se tornam necessários serem expostos para elucidar os conflitos atuais no campo. O presente trabalho tem como objetivo analisar as estratégias e táticas do agronegócio na disputa territorial com os indígenas Guarani-Kaiowá e Guarani-Ñandéwa no estado do Mato Grosso do Sul. O trabalho se divide em quatro partes. No momento inicial dados são apresentados com a finalidade de demonstrar a situação das terras indígenas no estado e os índices de violência que assola esses povos indígenas, assim como o procedimento jurídico estabelecido pela Constituição de 1988 para a demarcação das Terras Indígenas em todo o Brasil; na segunda parte uma construção histórica ilustrará os processos ocorridos no estado que acarretaram a situação atual, como ocorreu o sarambi e como o agronegócio se instalou nas terras sul mato-grossenses; na terceira parte uma análise conceitual sobre o conflito e o agronegócio desencadeará para compreendermos os atores que compõem o cenário do agronegócio no estado; e por fim, as estratégias engendradas por esses atores para conseguirem se estabelecerem nas terras, intimidando e ameaçando os indígenas que ali estão. O conceito de território foi estabelecido de acordo com a proposta de Robert Sack, Claude Raffesttin e Marcelo Lopes para que possamos compreender as estratégias e táticas desenvolvidas ali, para isto Michel de Certeau contribuiu para as análises feitas, assim como a importância do trabalho de campo e o contato com os indígenas no estado para melhor elucidar as tomadas de decisões dos atores do agronegócio em diversas escalas de ação. Destacando sempre a maneira Kaiowá e Guarani de afrontar o capital e sua lógica, embarreirando a expansão de sistemas agrícolas modernos no Brasil e no estado do Mato Grosso do Sul.
Palavras-chaves: Guarani-Kaiowá; Guarani-Ñandéwa, agronegócio, território, estratégia e tática.
Dissertação na íntegra – baixe AQUI.