Convidamos todas e todos para a defesa de Tese de Bruna de Castro Dias Bicalho
ESCOLA NACIONAL DE CIÊNCIAS ESTATÍSTICAS
Pós-Graduação em População, Território e Estatísticas Públicas
Título: Financeirização, land grabbing e acumulação de capital na agricultura brasileira: processo de dominação das finanças e o papel da burguesia agrária
Data: 14 de Agosto de 2020 – Sexta-Feira
Horário: 14h00m
Local: WEBEX (por videoconferência)
Quem tiver interesse em assistir, é necessário enviar um e-mail para cpgence@ibge.gov.br
Resumo Tese: As crises financeira, energética, ambiental e alimentar na primeira década dos anos 2000 potencializaram uma corrida mundial por terras, popularizando o conceito de land grabbing. O Brasil, por conta do grande “estoque” de terras e o seu preço relativamente barato nas áreas de expansão da fronteira agrícola moderna, tem atraído o capital financeiro internacional para o campo – característica, esta, entre outras, que evidencia a financeirização da agricultura. Ressalta-se que, especialmente após a crise financeira de 2008, o capital portador de juros viu nas terras e na produção agrícola alternativas de investimento, seja pela rentabilidade do negócio com o boom dos preços das commodities entre 2004-2011 ou seu baixo risco, no sentido do lastreamento físico, a materialidade da terra. Entretanto, tem-se que o capitalismo de caráter dependente que se consolidou no Brasil não implicou em uma burguesia fraca. A burguesia brasileira detém forte poder econômico-político, de base e de alcance nacionais, vide a atuação da bancada ruralista, grande representante, hoje, dos interesses dos proprietários de terra e empresários do agronegócio. Posto isto, quais seriam as motivações da burguesia agrária nos processos de internacionalização das terras e da produção agrícola? Este trabalho busca expor as articulações político-econômicas da classe dirigente nacional e do capital financeiro internacionalizado que promovem o controle de terras por estrangeiros e a financeirização da grande produção agrícola. A investigação tomou como referência os grupos empresariais-financeiros internacionais que atuam no mercado de terras e na produção agrícola no Oeste da Bahia. A análise de suas estratégias e articulações, bem como o papel dos ativos financeiros na composição dos seus lucros, indicam que a financeirização da agricultura brasileira é um processo que para além do domínio das finanças, é também um projeto da burguesia nacional em simbiose com o Estado e articulada com o capital internacional.
Palavras-chave: Financeirização. Land grabbing. Estado. Renda da terra.
Banca examinadora:
Dr. Miguel Antônio Pinho Bruno (ENCE/IBGE) – Orientador
Dr. Rogério dos Santos Seabra (IBGE) – Coorientador
Dra.Letícia de Carvalho Giannella (ENCE/IBGE)
Dr. Paulo de Martino Jannuzzi (ENCE/IBGE)
Dra. Sabrina da Fonseca Borges Fernandes (UnB)
Dr. Glaucio José Marafon (UERJ)