RESUMO
A área sob influência da BR-163 no estado do Pará vem sofrendo grandes transformações socioambientais. A pavimentação desta rodovia em seu trecho paraense tornou-se urgente em função da necessidade dos agentes do agronegócio em encontrar uma nova opção em termos da logística de transporte para baratear os custos em relação ao frete, visto que, atualmente, são percorridas grandes distâncias para chegar aos principais portos de escoamento (porto de Santos e Paranaguá). O grande desafio é que esta rodovia “corta” a floresta amazônica até chegar a cidade de Santarém, nas margens do rio Amazonas, que desponta como o grande escoadouro da produção de grãos e, de certa maneira, todas essas transformações irão repercurtir espacialmente nessa região que ainda possui uma fauna e flora exorbitante e que necessita ser preservada. Este artigo busca analisar as repercussões sociais, ambientais e econômicas vinculadas à expansão dessa fronteira do capital, que constitui um grande desafio na busca de um
desenvolvimento sustentável, bem como as ações do Estado, na medida em que se apresenta como o grande mediador dos interesses envolvidos. Nesta pesquisa, objetivase verificar em que intensidade vem ocorrendo o processo de desmatamento durante toda a década de 2000 e as repercussões do projeto de asfaltamento no que se refere aos conflitos relacionados com o movimento e regularização de terras. Neste sentido, é importante entender a distribuição espacial das atividades econômicas, seja as mais antigas ou as mais recentes, bem como os interesses determinantes para que os processos se desenvolvam dessa forma.
Palavras chave: BR-163, repercussões socioambientais, fronteira, logística de transporte, reorganização territorial
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