A Corporação COSAN e a Conquista de um Território em Torno de sua Usina de Etanol em Jataí, Goiás (2007-2012)

RESUMO

No Brasil, a expansão de canaviais e usinas de transformação da cana já atravessou diversos períodos. Principalmente a partir de 2008, houve forte tendência de novas usinas se instalarem no Centro-Oeste, sobretudo no estado de Goiás. Os agentes que comandam esse processo de expansão são grandes corporações, entre as quais a Cosan é líder no setor sucroenergético. No início de 2007, a Cosan anunciou um projeto de construir três novas usinas no sudoeste de Goiás. Até março de 2013, porém, somente uma dessas usinas havia saído do papel, a filial de Jataí (GO) – que entrou em funcionamento em fins de 2009. Nesta dissertação, propus-me a entender como se estabeleceram as relações de poder necessárias à implantação e ao
funcionamento da usina. Com esse fim, estudei as origens da Cosan e a expansão de seus negócios, e concluí que a companhia ocupa uma posição de alta hegemonia no setor. No último capítulo, eu me ative ao estudo das relações de poder em torno da usina em Jataí, incluindo: projeto e a seleção do local da usina; a implantação da usina; as relações de trabalho em três departamentos; a produção na usina; tipos de relações com proprietários de
terra; as disputas pelo uso do solo com outros setores e com usinas concorrentes do mesmo setor; o discurso da Cosan diante de seus stakeholders para validar suas ações na região; e a gestão central dos circuitos lavouras-usina. Concluí que os circuitos em torno dessa usina configuravam verdadeiros territórios em rede em cujo centro estavam a usina e o usineiro, que controlava uma área de canaviais para abastecê-la. Portanto a conquista desse território somente foi possível graças a uma trama complexa de relações de poder.

Palavras-chave: corporação, Cosan, território, expansão, cana.

 

Dissertação na íntegra – baixe AQUI.