RESUMO
Globalização, Globalismo, Mundialização, Internacionalização ou simplesmente o avanço das forças produtivas no modelo de desenvolvimento capitalista monopolista; há pelo menos duas décadas muito se escreve de forma a descrever e compreender o movimento da economia política mundial e da geografia do mundo, cada vez mais marcada por atores internacionais presentes em toda ou quase toda parte do globo. Compreendendo a relevância destes movimentos, este trabalho teve como objetivo central avaliar a inserção e relevância das tradings do ramo da soja na territorialização do capital, na região da BR-163 matogrossense. O estudo busca compreender, à luz das teorias que historicamente refletiram sobre a inserção do capitalismo e do esquema da reprodução ampliada do capital, as formas contemporâneas de organização do capitalismo no campo. Tendo este objetivo traçado, foi possível perceber a relevância destas empresas na construção de um modelo hegemônico que tem o Centro-Oeste brasileiro como sua vitrine. Pautado na modernização agrícola, na financeirização e oligopolização, a produção de soja a partir de grandes propriedades, tem nas tradings elementos ímpares para a consolidação deste modelo, sobretudo em suas ações de antecipação de recursos via crédito agrícola e no investimento logístico, especialmente em armazenagem e portos. É possível perceber também a construção em rede de alianças estratégicas não apenas entre produtores e empresas, porém entre empresas com magnitude e funções distintas, indicando, a partir de uma relação de dependência, uma divisão do trabalho entre os agentes do setor. Com o crescente aporte de recursos privados, a produção de soja ganha escala na região, não apenas em termos de produtividade como também com abertura de novas áreas, chamando atenção para a continuada expansão da fronteira agrícola, nos moldes da acumulação por espoliação.
Palavras chave: Territorialização do capital; economia política do agronegócio; soja; BR-163; tradings
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